segunda-feira, 3 de março de 2008

Coluna de Flaubert Torquato

DEMagogia, pimenta e Lobo

A não aprovação, pela Câmara Municipal de Pau dos Ferros, do Projeto de Lei de autoria do poder executivo, que pedia abertura de crédito suplementar para remanejar dotações orçamentárias, fez agravar ainda mais a relação entre o prefeito Leonardo Rego (DEM) e os vereadores que formam o bloco de oposição no legislativo pauferrense. De acordo com o divulgado pela prefeitura, o objetivo do Projeto de Lei era criar dotação especial para construção de duas unidades de saúde. Apesar do texto encaminhado ao legislativo apresentar obscuridade, considero que os vereadores cometeram um lapso ao não aceitar o projeto. Polêmica à parte, não é meu objetivo adentrar no mérito da questão. Entretanto, não deixa de ser sarcástico ver o prefeito Leonardo Rêgo denunciar o comportamento da bancada de oposição ao seu governo na Câmara Municipal. O prefeito tem criticado os partidos de oposição argumentando que os mesmos têm pautado sua atuação por interesses político-eleitoreiros mesquinhos e que a postura destes vereadores tem prejudicado o interesse da coletividade. Como todos sabem o prefeito Leonardo Rêgo é filiado ao PFL (atual DEM). Pois bem, na semana passada o DEM (ex-PFL) juntamente com o PSDB ajuizaram uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), contra o programa Territórios da Cidadania, anunciado no dia 25/02 pelo presidente Lula. O intento do programa é o desenvolvimento de ações voltadas ao crescimento sócio-econômico e redução das desigualdades regionais. Serão investidos apenas em 2008 recursos da ordem de R$ 11,3 bilhões. Na região Nordeste, foram selecionados 29 territórios, englobando 499 municípios de nove estados, num total de R$ 5,4 bilhões, o maior volume de recursos entre as regiões. Assim sendo, seria de imaginar que todos aplaudissem a iniciativa do governo federal por promover um programa audacioso que compreende medidas para diminuir as desigualdades econômicas e sociais dos bolsões de pobreza, principalmente, nas áreas rurais do país. Mas não, existem sim opositores. Quem é contra o programa território da cidadania? Pasmem: o PFL (atual DEM) e o PSDB. Esses partidos não só são contra o programa como pediram a sua interrupção no STF. Os partidos de oposição suspeitam de que possa ser um programa com objetivos eleitoreiros. A que ponto chegou o desespero e o ódio da oposição ao presidente Lula. Qualquer iniciativa que resulte em benefício social é classificada de eleitoreira. Sem projeto para o Brasil e obcecado pela ambição de derrotar Lula a oposição demo/tucana aposta no quanto pior melhor. Quem tem acompanhado a trajetória do PFL (atual DEM) enquanto partido de oposição ao governo federal sabe que esse não foi o primeiro movimento patrocinado pelo partido para tentar inviabilizar o governo Lula. Desde o início tem sido assim. Para a oposição não há proposta do governo que mereça sequer ser avaliada. Já virou hábito, eles recorrerem à Justiça questionando iniciativas – qualquer que seja – do Palácio do Planalto. O PFL (atual DEM) tem feito tudo para o país ficar mal. Conforme frisei anteriormente, o objetivo do Projeto de Lei derrubado pela Câmara era criar dotação especial para construção de duas unidades de saúde. Inconformado com a derrota, o prefeito esbravejou, criticou e mobilizou partidários. Infelizmente, a explosão de indignação do prefeito não foi sentida quando o imposto que financiava a saúde (CPMF) foi derrubada no Congresso Nacional. E quais foram os partidos contrários a prorrogação da CPMF: os adversários de sempre, o PFL (atual DEM) e o PSDB. Quantas unidades de saúde poderiam ser construídas com o dinheiro da CPMF? Todos são sabedores que os recursos da CPMF, incorporados ao orçamento da saúde, eram transferidos em sua totalidade, regular e automaticamente, pelo Fundo Nacional de Saúde, para os estados e municípios. A lição que fica do comportamento do PFL (atual DEM), é que faz sentido o dito popular que afirma que "pimenta nos olhos dos outros é refresco". Ou seja, denuncia em Pau dos Ferros o que o partido faz em Brasília. Com certeza os leitores já ouviram falar que o macaco só olha pro rabo dos outros. É o caso típico do pefelê. Quem acompanha a trajetória do PFL (atual DEM) pode constatar quanto o partido tem tentado desgastar o governo federal através de uma oposição chicaneira e irresponsável. Disso tudo uma constatação: o PFL (atual DEM) é um lobo em pele de cordeiro, pois sempre que engana e prejudica os outros, paga pelo seu erro logo em seguida.

Revolta generalizada
Desde quando comecei a escrever neste periódico nunca havia recebido tantas mensagens comentando uma nota publicada neste espaço. A nota emitida na coluna da edição anterior intitulada “independência e morte: a agonia de uma avenida” bateu todos os recordes de comentários. Das inúmeras mensagens que recebemos comentando o assunto, selecionamos algumas que expressam o sentimento das demais.

Desconto no IPTU
O leitor Wellington Holanda disse: “Por favor, sugira a esse prefeito desastroso que envie uma mensagem à câmara propondo a quem adotar uma árvore poderá ter um desconto no IPTU. Ele faz a dele e povo gosta.”

Indignação
E a professora Lúcia Sampaio indignada conclama: “Realmente precisava que a imprensa, vc, nós, falássemos a respeito dessa devastação na independência. É inconcebível que a PdF do clima que temos permita a destruição de todas as lagoas, por último, as árvores e nós - a população/meios de comunicação - todos indiferentes a isso tudo, quando se tem colunas e mais colunas falando de tudo, menos de problemas tão sérios que afetam a todos. Independentemente de qualquer partido político, vejo que nossa cidade precisa de muitas denúncias sérias, entre elas, incluo a UTI do Regional, na qual só tem moscas e pernilongos atormentando os pacientes, dia e noite, de forma naturalizada pelos próprios funcionários da saúde, assistente social e enfermeiras. É vergonhoso e triste ser testemunhas de absurdos como esses que continuamos vivenciando. Basta”.

Racionalidade
Já da professora Cida Costa recebemos a seguinte mensagem: “Parabéns Flaubert, pelo bom uso de um meio de comunicação!! O que vc disse sobre a destruição das árvores da Avenida Independência é a expressão do sentimento de todos os "racionais" que moram nesse cidade de Pau dos Ferros”.

Omissão
Por sua vez, o professor Elesbão Almeida diz que “o mais lamentável é que isso seja praticado por quem tem por objetivo primário cuidar do patrimônio público. Onde anda o ministério público? Isso não é crime? Quê fazem os vereadores? Apenas futricas e intrigas, como sempre?”.

Revolta
Por fim, registramos o comentário de quem entende do assunto, o geólogo Gilson Vilaça, do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA): “É um desrespeito a cidadania, as árvores de canteiros centrais e de vias e avenidas são bens públicos e são consideradas áreas de preservação permanente só podendo ser derrubadas quando for uma questão de projeto de interresse público tais como: construção de viaduto ou adequação das vias para evitar risco de acidente. Seria bom que o representante do ministério público tomasse conhecimento e apurasse o crime ambiental praticado nesta gestão municipal”.

Semana Universitária
Começa amanhã, terça-feira (04/03), no Campus Avançado “Profª. Maria Elisa de Albuquerque Maia”, a XIV SEMANA UNIVERSITÁRIA do CAMEAM que promete discutir os desafios da expansão da UERN, bem como a importância do CAMEAM para o desenvolvimento da região do Alto-Oeste. O tema desta semana será A UNIVERSIDADE FRENTE AOS DESAFIOS DA SOCIEDADE ATUAL. O evento prossegue até o dia 06 de março.

Canteiro de Obras
Por falar em CAMEAM, o mesmo virou um grande canteiro de obras. O Campus da UERN, em Pau dos Ferros, está recebendo investimentos de aproximadamente R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). São ações que contemplam a reforma e ampliação da biblioteca, a construção de um bloco de salas de aulas com três pavimentos, a edificação de uma quadra coberta e a construção de uma pista de atletismo. Estas duas últimas obras foram garantidas mediante emenda ao orçamento geral da união patrocinada pela deputada federal Fátima Bezerra (PT).

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